quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O QUE HÁ DE GEOGRÁFICO NA VIDA DAS PESSOAS???

Parti... parti e deixei apenas saudades e/ou lembranças, apenas isso, o que não é nada em um mundo que o que vale é produção, produtos... parti devido a pressão... a opressão... tudo o que sufoca nesse plano de estado desperto, de visão unilateral, visão única construída e imposta de acordo a uma ideologia... parti sem encontrar sentido para me manter... por perder os meus sentidos... o único sentido que eu ainda teimava em acreditar sua existência... e não era Deus (que apesar de tudo respeito aqueles que acreditam nele), não era a ciência (que apesar de tudo respeito aqueles que acreditam nela), não era a igualdade, paz, esperança (que apesar de tudo respeito aqueles que acreditam nelas), não era nenhum deles... era (e sei que muitos não vão respeitar a minha antiga fé, e vão até me ridicularizar por isso) o Amor...

Não questionem o porquê da minha ignorância em tal fé... que eu jamais lhe perguntaria o porque de vossas ignorâncias em tais utopias... era apenas a minha fé, que me concedia sentido... parti... pois o tempo e o espaço me moldaram assim... vocês podem pensar - a partir de seus pontos de vistas, de suas realidades ideológicas - que fui um louco, um louco construído por ter tido a educação errada, ter tido a conduta errada, ter tido freqüentado os lugares errados em um tempo errado, ter conhecido as pessoas erradas num tempo e espaço errado, ter AMADO a pessoa errada num determinado espaço e tempo errado... pois bem... saibam que, no meu plano, nada disso foi sofrimento... foi de muita felicidade (ao meu modo) a educação que recebi de meus pais (com muito amor familiar), de muita felicidade os amigos e colegas que conheci (com muito carinho), de muita felicidade a pessoa que AMEI com fé na minha concepção de amor... todos fatores esses que construíram essa pessoa que tantos admiraram, sem saber o porque de tal admiração...



Sem nos darmos conta, vivemos da pratica geográfica. A geografia esta dentro de casa, nas relações de família, na territorialização exercida por micro-poderes (por nossos pais). A Geografia esta fora de casa, esta na escola com seus alunos distribuídos espacialmente em grupos ou tribos, se territorializando, criando conflitos, gerando um fenômeno característico do espaço escolar, o “bullying”. Praticamos e vivenciamos a geografia nos lugares dialéticos e fenomenológicos. São os lugares gerados pelo choque entre duas temporalidades diferenciadas de Milton Santos, a dialética local-global criando espaços heterogêneos de alienação, de opressão, de pobrezas e riquezas. São os lugares que ganham concepções fenomenológicas, gerando entre eles e seus atores sociais, vínculos de fantasias, fobias, fé, paixões, ilusões e desilusões.

E praticando/vivenciando a Geografia, nos localizamos, nos identificamos e nos planejamos. Alguns ficam, uns partem/migram a lugares concretos, outros partem/migram a lugares utópicos... E a vida segue assim, geograficamente no cotidiano das pessoas...
Daniel Souza Santos

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