domingo, 12 de janeiro de 2014

O SONO... A INSÔNIA...



“Irmão eremitas, eu lhes falo na língua do sono, que somente os sonhadores podem falar, ouvir e compreender. Na terra do sono há visões ricas, música maravilhosa, beleza para todos os sentidos e pensamentos que não ousam existir sob a luz forte e impiedosa do sol. Não acordem do seu sono e não resistam aos outros eremitas usando seus próprios meios, porque embora possam vencer, se tornarão como eles, cegos à beleza, à delicada visão, a tudo que os duros fatos destroem no mundo desperto. Portanto, durmam...” (Bertrand Russel, 1929)


Esqueça permanentemente
O silencio que desejou segundos atrás
Profundo e eterno
Que não se findou

Esqueça os planos organizados
Da realidade a utopia
Da luta a paz
Da paz a entropia

E esqueça que o sangue que escorre em sua face
Assisto e alimento
A dor e a humanidade

Que a voz que nos ergue é fruto da crise
Do medo e do ódio
Coragem e fantasia

Esqueçam as regras socializadas
Eles ou elas
Aqueles que amam
Saboreiam a dor e a humanidade

Das vitórias vivenciadas
Esqueçam as vidas derrotadas
Aqueles que lamentam
Choram a dor e a humanidade

Censure a censura
Da luta a entropia
Desliguem os sentidos
A música e a poesia...

Plantem os sonhos codificados
De sensações superficiais
Da paz a guerra
Da guerra a “distopia”...

Ecos internos disparam contra nossos corpos
Movimentos que nos traem...

Dar novas cores e lados ao tempo
Traem-me os olhos conformados às sombras...

Ao mal e a cura
Ao bem e a dor...

Ao negro e ao sono
Ao alvo e o despertar...

Vou me recortando...
Me “des-recordando”...
Me “inanimando”...

Vou me aprofundando na insônia para nunca mais sonhar
E sentir a dor... E a humanidade...

E ver outro alguém... Dentro de nós...

Eu fora de mim...
À liberdade...

...