Escrever poesias é um ato de comunicação que em primeira instancia
ocorre entre sujeito e alma... Onde palavras são verbalizadas numa folha de
papel...
Palavras desconectadas e caóticas a um observador despertamente
desatento encontram ordem e harmonia apenas em um invisível ecossistema... Que
é o Inconsciente inebriado e enamorado a tropeçar por nuvens, escorrendo pelos
dedos do também invisível poeta...
Porque poetas todos são, mas ninguém nunca viu... Ninguém nunca vê... Poesias
engavetadas num vasto porão que insistimos em preencher de preto...
Dar cores ao frio vácuo que é o universo da alma é tornar-se humano em
toda sua plenitude...
O observador que encontra pistas da trilha ao Santo Graal nas palavras
antes desconectadas e caóticas, poetiza... Poetiza fundindo multiuniversos...
Poetiza compondo uma partitura de duas notas que harmonicamente dançam em
espiral graças ao choque entre duas brisas...
A esse novo observador, o inconsciente inebriado e enamorado, tropeça por
nuvens escorrendo pelos olhos... Nesse momento da poesia, a comunicação cessa,
tornando Uno: Sujeito, Alma e Observador...
...
"Em tudo, em todos os gestos, que haja poesia..." dizia um verso de Euclides Formiga. A partir daquele dia, passei a ver poesias. A poesia entrava, vagarosa, tal como aroma amarelo pela janela de manhã... De manhã, era ela amarela-clara. Tal como era, ganhava o som de alvorada com a ajuda dos sonhos cantados nos ninhos espalhados pela varanda...
ResponderExcluir:) Lírios...
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