quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

MUNDO CEMITÉRIO...

Busco paz efêmera, ao lado do descanso eterno, livre de seus pecados e dores, infinito outono. Quem dera fosse o mundo um cemitério, onde a morte faz pensar, purificar e sentir. Vivos são aqueles que partem. Posso te ver ao meu lado, como não posso ser... transparente...
Sua forma, antes negra, torna-se alvor... Sua lâmina, uma ocarina. Sopro sereno a me guiar, por entre gramas coloridas, encontro o meu leito...
Descanso eterno, infinito outono, canto dos pássaros, argêntea luz cintile sobre a lousa...
Que este momento efêmero se torne eterno durante estes minutos. Que este tempo frio nos toque infinitamente pela vida que nos resta. Que a música não acabe jamais. Que minhas lágrimas cessem por viver um impossível, para poder viver realmente o impossível ao seu lado...
Abruptamente as folhas já não caem, verão... Enxergo em cada rosto o calor de sua ansiedade... Quase seca minha fonte... Dia e noite se espelham em suor, corra e alcance o sol!

Desperto, o livro dos sonhos chega ao fim...
Daniel Souza Santos

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